A Microsoft intensificou sua rivalidade com a Google e apresentou uma queixa formal à Comissão Europeia alegando que o Google impede a concorrência nos sistemas de busca na Internet .
É a primeira vez que a Microsoft, geralmente objeto de ações antitruste nos Estados Unidos e na Europa, apresenta uma queixa junto as autoridades reguladoras em matéria de concorrência.
IRONIA
O vice-presidente de assuntos legais da Microsoft, Brad Smith, admitiu que alguns podem ver este movimento como uma “ironia”, dado que a Microsoft passou a última década lutando contra a Comissão, que impôs multa de mais de 1.7 bilhões de euros por abuso de posição dominante.
Na sua denúncia, a Microsoft alega que a Google realizou uma série de medidas que impedem uma concorrência leal e dá vários exemplos do que ele acredita que são atos anti-concorrenciais.
A Google controla mais de 90% do mercado de publicidade vinculada a buscas da Internet na Europa, muito à frente de rivais como o Bing, serviço da Microsoft que está lutando para quebrar a quota de mercado do Google.
“Tomamos nota da reclamação. Informaremos a Google, como é praxe nestes casos, e lhe daremos oportunidade de apresentar sua própria versão”, disse o porta-voz de órgão competente, Amelia Torres. “Estamos ainda na fase preliminar do inquérito”, acrescentou.
INVESTIGAÇÃO
Atualmente, a Comissão Europeia está investigando a Google depois de reclamações de três pequenas empresas. Ciao, uma delas, é de propriedade da Microsoft. Uma investigação foi iniciada pelo Vice-Presidente da Comissão, Joaquin Almunia.
A Google não respondeu às alegações da Microsoft, mas disse que estava particularmente preocupada com a denúncia.
AS EMPRESAS SE PRONUNCIAM
“Não é surpresa que a Microsoft tenha feito isto, já que uma de suas filiais foi uma das autores originais, disse à Reuters um representante da Google em comunicado enviado por e-mail. “Nós continuamos a discutir o caso com a Comissão Europeia e estamos dispostos a explicar a qualquer um como funciona o nosso negócio”.
A Microsoft, entretanto, disse que acreditava que era hora de desafiar diretamente a Google no âmbito legal. “Não importa o quão problemática seja a situação nos EUA, é muito pior na Europa “, disse Brad Smith no blog da empresa. “Por esta razão, nosso documento se concentra em um padrão que a Google tem tomado para reforçar a sua dominância no mercado de buscas online em detrimento dos consumidores europeus”.